Júpter Maçã – A Sétima Efervescência (1997)

Por: Emanuel Lima

A Sétima Efervescência (1997)

Júpter Maçã

5/5

Júpiter Maçã, um dos ícones mais excêntricos e talentosos da música brasileira, se destaca muito além da maioria das bandas gaúchas. Após deixar Os Cascavelletes, lançou o surpreendente e ainda atual disco “A Sétima Efervescência”. Este álbum atemporal está repleto de clássicos, tanto para sua base de fãs quanto para a crítica especializada.

Psicodelia e Originalidade

Com uma sonoridade psicodélica, brasileira e original, “A Sétima Efervescência” foi eleito um dos 100 maiores discos brasileiros de todos os tempos. Lançado em 1997, o álbum de estreia de Júpiter Maçã mistura a sonoridade dos anos 60 e 90. É evidente a influência de Beatles, Pink Floyd e Mutantes, e as letras repletas de gírias gaúchas mescladas a um inglês britânico tornam a experiência sonora totalmente inusitada.

 

Difícil de Rotular

A psicodelia de Júpiter mistura folk, blues, acid rock, e mesmo essa “salada” se mantém coesa, justificando o ineditismo e sucesso de crítica. Em 2007, a revista Rolling Stone Brasil o colocou na posição 96 de seu ranking.

 

Faixas em Destaque

Regravada pela consagrada banda Ira!, “Miss Lexotan 6mg Garota” tem letra inteligente e debochada, retratando uma garota com problemas emocionais, em busca de amor e viciada em Lexotan. A construção tem elementos de acid rock e psicodelia.

“Essência Interior” é uma declaração de amor bizarra, é dor de corno e é uma música para maiores. Frases como: “Quando a chuva molha todo o seu corpo, eu sou a gota que se recusa a secar” encaixariam muito bem nas canções de hoje.

“A Sétima Efervescência”, disco amado e odiado, demonstra a genialidade de Júpiter. Vale a pena ser ouvido, assim como seus próximos e surpreendentes álbuns.

 

 

A Auto Sabotagem de Júpiter Maçã

Enquanto fãs e críticos aguardavam um disco semelhante em sonoridade, Júpiter surpreendeu a todos com álbuns totalmente diferentes, um após o outro. Ele explorou marchinhas, psicodelia em inglês, bossa nova e até mudou seu nome artístico entre Júpiter Maçã e Júpiter Apple. Essa constante mudança demorou para ser compreendida pelos fãs.

 

A Filosofia de Júpiter

Em uma entrevista memorável, ao ser questionado sobre suas constantes mudanças, ele respondeu: “Eu me respeito”. Com grandes ou pequenas ambições, ele brincava ou falava sério sobre querer ser maior que os Beatles e Rolling Stones juntos. Talvez, se tivesse se deixado “enlatar” como outros artistas de sua época, teria sido bem maior do que foi. Mas, ao se respeitar, manteve-se no underground.

 

Gênio ou Excêntrico?

Para muitos, Júpiter Maçã é um gênio; para outros, um excêntrico esquisito. Para mim, ele é um multi-instrumentista, compositor e performer que nasceu no país errado. Seria um ícone na Inglaterra ou nos Estados Unidos, mas nasceu no Brasil e não fez pagode, nem pop rock.

 

Um Respeito Merecido

Ouvi toda sua discografia e algumas demos, e se servir de alguma coisa, Júpiter, eu o respeito!

 

Faixas:

 


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